O Banco Central atualizou as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) e para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira (21/12). A autoridade monetária elevou a previsão de crescimento do PIB deste ano e reduziu a de 2024, confirmando as projeções de desaceleração da economia que está em curso desde o início do segundo semestre deste ano.
Pelas novas projeções, o BC elevou de 2,9% para 3% a expectativa de avanço do PIB de 2023, e, para 2024, passou de 1,8% para 1,7%. “O cenário prospectivo inclui aumento do ritmo de crescimento ao longo do próximo ano, com moderação do consumo das famílias, retomada dos investimentos, e manutenção de um balanço favorável nas contas externas”, explicou o Relatório de Inflação.
As projeções do RTI, no entanto, estão mais otimistas do que o mercado. No boletim Focus divulado nesta semana, a mediana das estimativas do mercado para o avanço do PIB coletadas pelo BC estão em 2,92%, neste ano, e em 1,51%, no ano que vem.
O BC elevou a previsão para o IPCA acumulado em 12 meses, em relação ao relatório anterior, passando de 4,61% para 4,68%. Mesmo com o aumento da projeção para o IPCA, que mede a inflação oficial, a nova estimativa ficou abaixo do teto da meta deste ano, de 4,75%.
“O movimento ainda refletiu efeito menor das desonerações tributárias e dos reajustes negativos de combustíveis que haviam ocorrido no segundo semestre de 2022. Menos afetada por esses eventos, a variação em 12 meses da média dos núcleos de inflação continuou recuando, de 5,22% para 4,56%”, destacou o texto do relatório.
O BC destacou ainda que os núcleos de inflação se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes. No trimestre encerrado em novembro, o IPCA apresentou variação 0,40 ponto percentual, abaixo do cenário de referência apresentado no relatório anterior.
“A surpresa baixista se deveu principalmente aos segmentos de preços administrados, especialmente combustíveis, e de bens industriais. As surpresas mais favoráveis nas últimas leituras do IPCA implicaram recuo relevante das expectativas para a variação do IPCA em 2023: de 4,86% para 4,51%, segundo a mediana das expectativas apuradas pela pesquisa Focus. Contudo, não houve mudança relevante na mediana das expectativas para os próximos anos, que permanecem desancoradas”, acrescentou o documento de 79 páginas.
Com informações Correio Braziliense