O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi denunciado pela sétima vez no Tribunal Penal Internacional de Haia por crimes contra a humanidade. A ação, liderada pelo grupo All Rise, baseia-se na destruição da Amazônia por parte das políticas governamentais e, agora, cabe à procuradoria decidir se a questão é válida para que se abra, ou não, um processo preliminar de investigação.
Sob o título “Planeta vs Bolsonaro”, a denúncia apresentada no tribunal de Haia busca criar jurisprudência ao estimar que as ações do presidente brasileiro (e de seu governo) não representam apenas um ataque contra a Amazônia, mas contra toda a humanidade.
“Sua destruição afeta a todos nós. Na denúncia, apresentamos evidências que mostram como as ações do Bolsonaro têm uma conexão direta com as consequências negativas das mudanças climáticas em todo o mundo”, explicou o fundador da AllRise, Johannes Wesemann, em um comunicado à imprensa.
Esta equipe de especialistas estima que as emissões que podem ser vinculadas às decisões do governo Bolsonaro sobre o desmatamento causarão mais 180 mil mortes neste século, devido ao aumento das temperaturas em todo o mundo.
Além disso, afirma que seu governo buscou “sistematicamente eliminar, mutilar e esvaziar de conteúdo as leis, organizações e indivíduos que protegiam a Amazônia”.
Considera, portanto, o presidente responsável pela perda de cerca de 4 mil quilômetros quadrados de floresta amazônica por ano e aumentos mensais na taxa de desmatamento de até 88%, desde que assumiu o cargo em 2019.
Desde que Bolsonaro assumiu o cargo, indígenas brasileiros entraram com três queixas contra ele no TPI por “ecocídio” ou “genocídio”.
O presidente também foi denunciado perante esta instância por sua administração da crise do coronavírus.
Segundo seus promotores, a denúncia desta terça-feira (12), é a primeira que relaciona o desmatamento com o impacto na saúde em escala global.
A denúncia, neste caso, atinge ainda várias autoridades importantes do governo Bolsonaro, explicou Povoas. “Eles são cúmplices que ajudam aqueles que no terreno cometem assassinatos, perseguem e perpetram outros atos desumanos”, explicou o advogado.