Cardiologistas reforçam que a prática é essencial para um sistema imunológico fortalecido, reduzindo efeitos da covid-19.
Em março de 2020, a ameaça de contágio do novo Coronavírus reduziu, ou mesmo parou, as atividades de muitos praticantes de esportes ao ar livre, alunos de academia e atletas amadores. Desta forma, o Departamento de Ergometria, Exercício, Cardiologia Nuclear e Reabilitação Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DERC/SBC) recomendou aos órgãos de saúde novas diretrizes para o retorno seguro e gradual dessas atividades.
De acordo com o professor de Educação Física, Carlos Acosta, da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau em Teresina, as orientações do DERC se fundamentam na prática de atividades físicas como fortalecedoras do sistema imunológico. “A prática de atividades físicas melhora o sistema imunológico e ainda contribui para a proteção, o combate e a redução dos sintomas de doenças crônicas- que, por exemplo, podem agravar os efeitos da covid-19. Mas, é importante encontrar as melhores formas de se exercitar, sempre seguindo o protocolo de segurança estipulado pela OMS, durante a pandemia”, pontua.
Com a flexibilização das atividades nas academias e esportes ao ar livre, o DERC enfatiza medidas para evitar o contágio pelo novo Coronavírus, como o distanciamento entre os praticantes, ainda que em casa, além do uso de máscaras e álcool em gel. Já nas academias ou locais de aparelhos compartilhados, é preferível que não se divida as séries, mas, se acontecer, é importante que haja higienização dos equipamentos antes e depois dos exercícios.
“As academias, de um modo geral, foram o espaço mais celebrado com a flexibilização para o ‘novo convívio social’. Recomendações feitas pelo Conselho Federal e Regionais de Educação Física estabeleceram normas para o retorno das atividades, uma vez que Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte – SBMEE (2020) afirma que a prática regular de exercícios físicos está associada a uma melhoria da função imunológica em seres humanos”, reforçou Carlos.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) é essencial que os países adotem as diretrizes globais para o desenvolvimento de políticas nacionais de saúde, em apoio ao plano 2018-2030 de ação global sobre atividade física. O principal tema visa reduzir em 15% a inatividade física até 2030, sendo aprovado por líderes globais de saúde na 71ª Assembleia Mundial da Saúde, na Suíça, em 2018.
O professor Carlos também frisa que as videoaulas de ginásticas e outras modalidades de treinamentos, como ciclismo, caminhada e corridas, são as atividades mais procuradas durante o período de isolamento. Ele pontua ainda que os treinos presenciais ou individualizados fazem bastante diferença no bem-estar físico e mental.
“Para muitos especialistas (educação física, fisioterapeutas, cardiologistas, pediatras e outros) o efeito benéfico do esporte ao ar livre repercute na saúde e cria vínculo com atividade física. Afastar os móveis da sala ou do quarto virou e permanecerá como a tendência mais evoluída de prática segura de exercícios, não somente individualizada, mas como a prática que mais movimentou as casas. Nas ruas, o ciclismo teve seu protagonismo, reforçando o lazer aliado à saúde desde a grupos grande até um passeio em família”, finaliza.