Reformas e construções aumentam durante a pandemia. Auxílio emergencial contribuiu para o aquecimento do setor.
Por Redação Folha Expressa | Publicado em 06/01/2021 às 16h24
Dentre as atividades em todos os ramos da indústria, o setor da construção civil teve destaque na retomada das atividades e do emprego. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria da construção civil teve um crescimento de 5,6% no terceiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, conforme os resultados do Produto Interno Bruto (PIB).
Durante o período da pandemia, o setor contribuiu de forma agressiva para impulsionar a economia brasileira. Ainda que com a alta de preços dos insumos utilizados no segmento, as construções e reformas cresceram significativamente neste período.
“Os materiais utilizados na construção civil, como o tijolo e cimento, tiveram um aumento médio de 14%. Isso é, em parte, por conta da alta demanda, impulsionada, principalmente, pela distribuição do auxílio emergencial, utilizado por muitos brasileiros para pequenas reformas em casa”, explica a economista e professora da UNINASSAU, Elisa Barroso. “Outro fator que acaba aumentando os valores dos materiais é reflexo do aumento no número de obras e reformas durante o período de isolamento das famílias, pois as residências ganharam funções adicionais de trabalho e lazer”, complementa.
Para o terceiro trimestre de 2020, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou quase 140 mil novas carteiras assinadas no setor da construção civil. Somando a isso, a queda da taxa de juros também contribuiu para um saldo positivo no setor em 2020, além de abrir um crescimento para 2021. “A queda na taxa de juros básica da economia foi um grande auxiliador nos resultados da indústria e da construção civil. Em agosto, a Selic foi fixada em 2% pelo Banco Central, a menor da história, resultando em financiamentos mais baratos de imóveis”, completa Elisa.
A ascensão do setor da construção também influencia a escolha de cursos da graduação. O professor de Engenharia Civil da UNINASSAU Teresina, Ives Brian, afirma que esse contexto realça o segmento das engenharias, reafirmando a importância de profissionais cada vez mais capacitados. “Eu percebo que esse otimismo tomou o mercado da indústria brasileira, e os cursos de engenharia vão se beneficiar com isso, reforçando esse cenário próspero. Por exemplo, o de Engenharia Civil, por estar diretamente no canteiro de obras; o curso de Engenharia Elétrica, pela dependência de todos os setores pela energia elétrica; e o de Engenharia Mecânica, que trabalha diretamente com indústria na fabricação de materiais essenciais para a construção civil”, finaliza Ives Brian.
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