As informações foram divulgadas através de uma Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE.
Por Redação Folha Expressa | Publicado em 17/12/2020 às 14H21
As vendas do comércio varejista cresceram 0,9% em outubro, sexta taxa positiva consecutiva desde maio. Com isso, o patamar do varejo bateu recorde pela terceira vez seguida, ficando 0,9% acima de setembro e 8,0% superior a fevereiro, nível pré-pandemia. Em relação a outubro de 2019, o comércio cresceu 8,3%, alcançando a quinta taxa positiva consecutiva e a maior para um mês de outubro desde 2012 (9,2%).
As informações são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (10), pelo IBGE. “Depois de quedas muito expressivas em março e abril, o varejo vinha em trajetória de crescimento, porém em ritmo de desaceleração – maio (12,2%), junho (8,6%), julho (4,6%), agosto (2,9%) e setembro (0,5%). Esse resultado de outubro mostra um repique para cima, que precisamos ter cuidado para avaliar como uma retomada da aceleração. No mínimo, mostra um folego da economia num patamar que já estava alto”, analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos.
Entre as oito atividades pesquisadas, sete tiveram taxas positivas na comparação com setembro: Tecidos, vestuário e calçados (6,6%), Livros, jornais, revistas e papelaria (6,6%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,7%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,3%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,9%), Combustíveis e lubrificantes (1,1%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6%). Apenas o setor de Móveis e eletrodomésticos (-1,1%) recuou.
Em relação ao período pré-pandemia, vendas cresceram 8,0%
Santos destaca que o resultado de outubro está 8,0% acima do dado de fevereiro, anterior a pandemia. O crescimento, porém, foi desigual, com altas em Móveis e eletrodomésticos (19,0% acima de fevereiro), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,3%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,6%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,1%). As outras quatro atividades tiveram quedas, sendo elas Livros, jornais, revistas e papelaria (-33,7%), Combustíveis e lubrificantes (-4,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-4,6%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,1%).
“O varejo ampliado mostra o mesmo comportamento, 4,9% acima de fevereiro, com cinco taxas positivas e cinco negativas. Material de construção teve o maior crescimento (21,5%) e Veículos, motos, partes e peças, o menor (-5,2%), depois de Livros”, analisa.
Para Santos, alguns fatores explicam esse comportamento: “Hiper e supermercados e Artigos farmacêuticos não tiveram suas lojas fechadas. Além disso, os mercados, logo no início da pandemia, absorveram parte das vendas de atividades que pararam. Já as atividades de Material de construção e Móveis e eletrodomésticos tiveram o impacto do componente renda, com o auxílio emergencial, que propiciou às famílias realizarem pequenas reformas e substituírem itens para a casa”.
O gerente do IBGE destaca, ainda, que a pressão inflacionária dos últimos meses segurou o crescimento da atividade de hiper e supermercados: “Quando olhamos para o volume, agosto e setembro estão negativos e outubro está positivo. Porém, quando olhamos para a receita, ela só está negativa em agosto”, observa.
Na comparação interanual, 2020 tem o melhor outubro desde 2012
Em relação a 2019, o crescimento de 8,3% em outubro de 2020 marca a quinta alta consecutiva, sendo a maior taxa para o mês desde 2012 (9,2%). Nesta comparação, houve equilíbrio de taxas positivas e negativas, com quatro atividades em alta e quatro em queda.
Por um lado, os setores de Móveis e eletrodomésticos (21,9%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (18,4%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (13,8%) e Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (7,3%) impactaram positivamente no indicador.
Por outro, as quedas ficaram por conta de Livros, jornais, revistas e papelaria (-33.1%), Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-10,9%), Combustíveis e lubrificantes (-5,4%) e Tecidos, vestuário e calçados (-2,6%).
Santos destaca que o resultado desse mês “é o maior dos últimos três meses, mas também muito desigual. Combustíveis e lubrificantes, que vem crescendo na margem, ainda está muito abaixo na comparação interanual. O mesmo acontece com Tecidos, Livros e papelaria e Material de escritório. Já Móveis e eletrodomésticos, Artigos farmacêuticos, e Outros artigos de uso pessoal vêm em alta. Hiper e supermercados também, principalmente por conta do peso, que é de quase a metade (47%) das vendas do setor varejista.
Vendas do varejo crescem nas 22 das 27 unidades da federação
Na comparação com setembro, o volume de vendas do varejo foi positivo em 22 das 27 unidades da federação, com destaque para Bahia (3,5%), Piauí (3,1%) e Mato Grosso do Sul (2,9%). Pressionando negativamente, figuram cinco das 27 unidades da federação, com destaque para: Tocantins (-5,4%), Roraima (-2,2%) e Pará (-0,7).
No comércio varejista ampliado, também houve predomínio de resultados positivos, com altas em 18 das 27 Unidades da Federação. Os destaques foram Paraíba (3,6%), Rio de Janeiro (2,9%) e São Paulo (2,8%). Por outro lado, pressionando negativamente, destaca-se o Espírito Santo (-2,4%).
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