Mensagens interceptadas pela Polícia Federal (PF) indicam que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, articulou para manter protestos pró-golpe militar em frente a quartéis. Os diálogos fazem parte de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a tentativa de golpe. As conversas mostram que, até dezembro de 2022, Cid ainda organizava ações golpistas em colaboração com Aparecido Portela, militar próximo ao ex-presidente.
Em uma das mensagens, Portela pergunta sobre a continuidade dos planos, mencionando a cobrança de apoiadores. Cid garante que as ações seguiriam, reforçando que “nada está acabado”. No dia 31 de dezembro de 2022, Cid respondeu a Portela já durante o voo com Bolsonaro para os Estados Unidos, afirmando que a “guerra ainda não acabou”, evidenciando o conhecimento de Bolsonaro sobre as articulações.
Em entrevista recente à revista Oeste, Bolsonaro defendeu anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, alegando que a pacificação do país depende desse gesto. Ele comparou a situação atual à anistia concedida em 1979, pedindo que o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula considerem essa medida para encerrar as tensões.
Por outro lado, ao Wall Street Journal, Bolsonaro adotou um discurso mais combativo, mencionando o retorno de Donald Trump e expressando confiança em uma possível volta ao poder, mesmo com a inelegibilidade até 2030. Ele sugeriu que um futuro governo norte-americano poderia apoiar suas intenções políticas, inclusive com sanções ao Brasil.