Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento do plano para um golpe de Estado. Segundo Cid, Bolsonaro liderava a organização criminosa que teria tramado o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. O depoimento foi conduzido pelo próprio Moraes, que avaliou as explicações de Cid como satisfatórias dentro de seu acordo de delação.
O advogado de Cid, Cezar Bittencourt, confirmou as declarações de seu cliente, ele afirmou que Bolsonaro não apenas sabia dos planos, mas também comandava a estrutura envolvida. Investigações indicam que o ex-presidente tinha ciência de movimentações relacionadas às tramas contra Lula e Alckmin, embora detalhes sobre reuniões e troca de informações específicas não tenham sido revelados.
Cid foi ouvido sobre possíveis contradições em depoimentos prestados anteriormente. Após a audiência, a validade de seu acordo de delação foi mantida. Tanto o ex-presidente quanto o tenente-coronel já haviam sido indiciados no inquérito que apura os ataques de 8 de janeiro e as articulações para o golpe. As informações de Cid reforçam as investigações da Polícia Federal sobre o envolvimento direto de Bolsonaro.
O caso adiciona novas camadas às apurações sobre os atos antidemocráticos de janeiro. As declarações de Cid colocam o ex-presidente como figura central nas articulações, enquanto as autoridades avaliam a extensão da rede criminosa. Moraes mantém o foco no desdobramento de provas e depoimentos para determinar os próximos passos judiciais contra os envolvidos.