O juiz Juan Merchan suspendeu indefinidamente a sentença do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, no caso envolvendo o pagamento de suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels. A decisão também autorizou a defesa a apresentar um recurso até 2 de dezembro, buscando o arquivamento do caso. A leitura da pena estava marcada para a próxima terça-feira (26), mas foi adiada após a eleição de Trump, que coloca a Justiça americana em um contexto inédito.
Trump foi declarado culpado em maio deste ano por 34 acusações de falsificação contábil agravada no pagamento de US$ 130 mil a Daniels. A quantia teria sido usada para garantir o silêncio dela sobre uma suposta relação extraconjugal, o que Trump nega. A defesa do republicano tem se esforçado para evitar qualquer sentença durante o mandato presidencial que se inicia em janeiro de 2025. O promotor de Manhattan, Alvin Bragg, sinalizou apoio à suspensão do processo devido às circunstâncias excepcionais.
Especialistas jurídicos avaliam que a decisão pode refletir uma intenção de evitar impactos institucionais durante o mandato de Trump. O ex-procurador federal Roland Riopelle sugeriu que o juiz Merchan pode cogitar uma pena severa, o que seria inviável para um presidente em exercício. Além disso, outros casos judiciais envolvendo o republicano estão temporariamente suspensos, enquanto o Departamento de Justiça analisa os próximos passos.
Enquanto isso, Trump anunciou Pam Bondi como procuradora-geral, substituindo Matt Gaetz, que desistiu da nomeação. Bondi é conhecida por defender Trump durante seu processo de impeachment e apoiar suas alegações de fraude eleitoral. A suspensão do caso Stormy Daniels marca mais um capítulo em um cenário jurídico complexo que desafia a separação entre política e Justiça nos Estados Unidos.