O senador piauiense Ciro Nogueira, líder nacional do Progressistas, se manifestou contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa alterar a escala de trabalho 6×1, estabelecendo mais dias de descanso aos trabalhadores. A proposta, que foi protocolada na Câmara dos Deputados após atingir o quórum necessário de assinaturas, foi elaborada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). Para Nogueira, a mudança não é viável no contexto atual do Brasil.
A PEC sugere que a atual legislação da CLT, que permite jornadas de até 44 horas semanais com um dia de descanso, seja modificada para garantir mais tempo livre aos trabalhadores, promovendo uma jornada mais equilibrada. Nogueira, no entanto, alertou que iniciativas como essa podem soar como promessas vazias sem um planejamento econômico robusto por trás. Para ele a ideia de aumentar o salário mínimo para dez mil reais é boa, mas não se encaixa na realidade do Brasil de hoje.
Especialistas, por outro lado, defendem que a mudança poderia trazer benefícios, como a melhoria da saúde física e mental dos trabalhadores, ao proporcionar mais tempo para o descanso e o lazer. No entanto, a proposta ainda gera controvérsia, com Nogueira argumentando que antes de qualquer alteração nas condições de trabalho, é necessário fortalecer a economia do país. Ele ressaltou a importância de um equilíbrio fiscal, redução de gastos e a geração de riqueza, que, segundo ele, depende principalmente da iniciativa privada e do empreendedorismo.
Embora a PEC já tenha ultrapassado o número mínimo de assinaturas necessárias para avançar na Câmara, com 194 adesões, a postura do senador reflete a divisão de opiniões sobre o tema. Nogueira reafirmou que mudanças estruturais na legislação trabalhista devem ser precedidas por uma base econômica sólida, capaz de sustentar tais transformações sem prejudicar a geração de empregos e o crescimento do país.