Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), solicitou ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, o afastamento do ministro Alexandre de Moraes do inquérito que apura o vazamento de mensagens trocadas entre assessores do STF e do TSE. Tagliaferro sustenta que Moraes teria demonstrado “claro interesse na questão”, o que poderia comprometer sua imparcialidade no caso.
A solicitação ocorreu após Tagliaferro ser intimado pela Polícia Federal (PF) no âmbito dessa investigação. As conversas, divulgadas pela Folha de S.Paulo em 13 de agosto, sugerem que Moraes pode ter agido fora dos procedimentos normais em assuntos relacionados a Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.
Na quarta-feira (21), Moraes instaurou um inquérito para investigar o vazamento das conversas. Entretanto, no documento enviado à secretaria judiciária, Tagliaferro e seus advogados afirmam que, por estar diretamente envolvido, Moraes não poderia ser o relator do caso devido à sua “evidente falta de imparcialidade”. No domingo (25), Moraes solicitou que o inquérito fosse reclassificado como uma investigação preliminar.
Tagliaferro, que já trabalhou como auxiliar de Moraes, ressalta que o ministro se autodesignou relator do inquérito e tomou decisões significativas antes mesmo de o caso ser formalizado. Ele defende que o inquérito deveria ter sido encaminhado a autoridades neutras, garantindo a imparcialidade do processo.