Estima-se que o setor de hidrogênio verde no Brasil alcance um lucro de R$ 75 bilhões até o final da década, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV). Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou o marco legal para o hidrogênio, estabelecendo regulamentações e incentivos fiscais para estimular investimentos no setor.
O Brasil, com sua matriz energética composta por 85% de fontes limpas, é visto como um dos principais candidatos à liderança na produção de hidrogênio verde, que exige fontes renováveis. Antes da regulamentação, a ausência de um quadro legal definido afastava investidores estrangeiros, que preferiam mercados com regulamentações claras, como Chile e Marrocos. Os europeus, especialmente a Alemanha, têm mostrado grande interesse na produção brasileira para diminuir a dependência do gás natural da Rússia e evitar o uso de carvão.
Fernanda Delgado, diretora-executiva da ABIHV, afirmou que o novo marco regulatório já está incentivando a chegada de investidores, proporcionando segurança jurídica ao setor. “A falta de regulamentação traz insegurança jurídica. Este marco é um passo histórico, dando respaldo legal aos investidores”, explicou Delgado. Ela destacou que, embora haja margem para melhorias, o mais importante já foi alcançado.
As decisões de investimento devem ocorrer em 2024 e 2025, com a expectativa de que as operações iniciem entre 2026 e 2027. Além da exportação, o hidrogênio verde pode ter diversas aplicações dentro do Brasil. Na agroindústria, pode ser utilizado na fabricação de fertilizantes ecológicos e na operação de máquinas agrícolas. Na mineração, pode diminuir as emissões de carbono de veículos e equipamentos pesados. No setor de transporte, ônibus, caminhões e trens movidos a células de combustível de hidrogênio estão sendo introduzidos para reduzir a poluição urbana.