A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou recentemente a classificação do talco como “potencialmente cancerígeno”, após um estudo conduzido por pesquisadores franceses sugerir uma ligação entre o uso do produto e o aumento do risco de câncer de ovário em mulheres. A pesquisa, publicada na revista científica The Lancet Oncology, analisou diversos estudos anteriores e encontrou evidências consistentes que apontam para essa associação.
O talco, amplamente utilizado em cosméticos e produtos de higiene pessoal, foi categorizado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), braço da OMS, como pertencente ao Grupo 2A, indicando que é “provavelmente carcinogênico para humanos”. Especificamente, a exposição ao talco na região perineal foi identificada como um fator de risco significativo para o câncer de ovário.
Apesar das divergências em alguns estudos, que não encontraram uma associação estatisticamente robusta entre o uso de talco e o câncer, as conclusões da pesquisa francesa foram consideradas suficientemente relevantes para atualizar a classificação do talco pela OMS. A agência enfatizou a necessidade de cautela no uso do produto e incentivou mais pesquisas para elucidar completamente os riscos potenciais à saúde associados ao talco.
A decisão da OMS pode impactar políticas de saúde pública e regulamentações sobre o uso de talco em diversos países, levando em consideração a importância de proteger a saúde das mulheres que utilizam produtos cosméticos contendo essa substância.