O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Genebra, na Suíça, onde participa da conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), cujo tema central é a justiça social. Antes de embarcar, Lula afirmou que pretende representar os trabalhadores no evento, onde abrirá o encontro e reafirmará a posição do Brasil contra a desigualdade e a exclusão social.
Em declaração antes da viagem, Lula destacou a importância de combater todas as formas de desigualdade, incluindo aquelas no mercado de trabalho, relacionadas à raça, educação e gênero. Ele mencionou a lei de igualdade salarial entre homens e mulheres, vigente desde dezembro do ano passado, e criticou os empresários que questionaram essa legislação na Justiça.
“Aprovamos no Congresso que mulheres e homens com a mesma função devem receber o mesmo salário. Alguns empresários não querem cumprir, acham que a mulher é inferior. Isso é fundamental”, disse Lula após um evento com investidores no Rio de Janeiro.
A Justiça Federal, em abril, liberou alguns setores, como farmácias e universidades, de divulgar informações sobre transparência salarial e critérios remuneratórios, conforme exigido pela Lei da Igualdade Salarial. O governo está recorrendo dessa decisão, e o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou que empresas que não divulgarem dados sobre igualdade salarial serão fiscalizadas rigorosamente.
A conferência da OIT, que começou em 3 de junho, reúne 187 Estados-membros. A delegação brasileira inclui membros do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de representantes da sociedade civil, sindicatos de trabalhadores e empresariais. O ministro Luiz Marinho juntou-se à delegação no dia 10 de junho.
Lula também mencionou que o governo brasileiro apresentará na conferência a parceria com os Estados Unidos, formalizada em setembro passado, para promover trabalho decente globalmente. A iniciativa, apoiada pelos sindicatos, busca combater a precarização do trabalho.
Cúpula do G7 na Itália
Após a conferência da OIT, Lula segue para a Itália, onde participará da Cúpula do G7, que ocorrerá de 13 a 15 de junho em Borgo Egnazia, na região da Puglia. Além das reuniões ampliadas, a agenda de Lula inclui encontros bilaterais com outras autoridades.
O G7 é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. A Rússia era membro até 2014, quando foi expulsa devido à anexação da Crimeia. Em termos econômicos, o G7 não representa mais as sete maiores economias do mundo, com China e Índia figurando entre as maiores em 2023, segundo o FMI.
As cúpulas do G7 frequentemente incluem países convidados. Espera-se que Lula aborde temas como trabalho decente, combate à fome e taxação dos super-ricos. Esta será a oitava participação de Lula na Cúpula do G7, sendo a primeira vez desde 2009. Sua última participação foi no ano passado, na cúpula realizada em Hiroshima, no Japão.