Em um ato realizado no dia 1º de Maio, organizado pelas centrais sindicais e marcando as celebrações do Dia do Trabalho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proferiu um discurso direcionado aos trabalhadores na zona leste de São Paulo, onde defendeu a suspensão da desoneração da folha de pagamento.
Lula enfatizou que no Brasil não haverá desoneração para favorecer os mais ricos, mas sim para beneficiar aqueles que efetivamente contribuem para o desenvolvimento do país através do trabalho. A desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia tornou-se objeto de disputa entre o governo e o Congresso nas últimas semanas. Apesar do veto do presidente à lei que prorrogava a medida, os parlamentares derrubaram o veto.
Em uma decisão monocrática, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, atendeu a um pedido do governo e suspendeu os trechos da lei. Posteriormente, o tema foi levado ao plenário, onde cinco ministros da Corte votaram a favor da medida proposta por Lula.
Além da questão da desoneração da folha, o presidente sancionou a lei que reajusta a tabela do Imposto de Renda, anunciando que a isenção será estendida para aqueles que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.824).
O discurso de Lula, que durou aproximadamente 20 minutos, não deixou de mencionar a organização do próprio evento, destacando a baixa participação. Em meio a críticas sobre a convocação do ato, o presidente lamentou a falta de adesão, evidenciada pelo espaço disponível no estacionamento do estádio, onde o evento foi realizado.
Durante sua fala, Lula também fez campanha para Guilherme Boulos, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, elogiando sua postura e ressaltando a importância de seu papel na disputa eleitoral. Boulos, por sua vez, aproveitou o momento para nacionalizar as eleições municipais, enfatizando a necessidade de derrotar o “bolsonarismo” em todas as cidades do Brasil.
A participação de Lula no evento ocorreu em meio a uma greve de servidores federais e críticas sobre a falta de diálogo do governo com os movimentos de base, especialmente no setor da educação. Professores e técnico-administrativos de universidades e institutos federais que aderiram à paralisação pedem que o presidente coloque em prática o discurso de priorizar a educação.