Após as revelações decorrentes das investigações que resultaram na prisão de três suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a jornalista Fernanda Chaves, sobrevivente do atentado, expressou sua surpresa com o desenrolar dos eventos na Câmara dos Deputados em relação à prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ).
Fernanda, que também foi assessora de Marielle, relatou que esperava uma adesão unânime à manutenção da prisão de Brazão, considerando a magnitude do caso e a contundência das investigações. No entanto, a decisão do Plenário da Casa foi aprovada por uma margem apertada de apenas 20 votos a mais do que o necessário, com 277 a favor e 129 contra.
“Estou chocada com a articulação para tirar Brazão da cadeia. A manutenção da prisão deveria ter sido aprovada por unanimidade, era algo líquido e certo. Mas não foi. Foi suado”, lamentou Fernanda.
Quando questionada sobre a evolução da investigação do caso Marielle, Fernanda destacou que foi um grande passo após seis anos desde o ocorrido. Ela ressaltou a importância de identificar os possíveis mandantes do crime, após anos de esperança mantida, mas também de frustrações devido a problemas e mudanças na investigação.
“Agora, um momento importantíssimo para o caso. Foi preciso mudar a Presidência da República e entrar um novo governo para o caso ter o tratamento devido. É dever do Estado elucidar esse caso”, afirmou Fernanda.
Quanto ao julgamento de Brazão na Câmara, Fernanda inicialmente esperava que a manutenção de sua prisão fosse uma questão óbvia e passasse facilmente. No entanto, ela expressou sua consternação ao observar uma articulação contrária e a necessidade de uma votação apertada para decidir sobre o assunto.
“Foi outro choque. Deveria passar por unanimidade, fácil, com ampla maioria, absoluta. E não foi. Foi suado”, concluiu Fernanda.