A Polícia Militar do Piauí, através do Comando de Polícia Comunitária – CPCOM, deu início na manhã desta quarta-feira (17), ao III Curso de Capacitação ao Atendimento a Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar. Ao todo, serão 3 dias intensos de palestras, discussões e questionamentos acerca dos casos de violência contra a mulher no Brasil. A ideia do curso é aprimorar os policiais militares do estado que atuam diretamente com a prevenção do feminicídio e a prestação da devida assistência as vítimas.
Até a próxima sexta-feira (19), os participantes da capacitação, que fazem parte da Patrulha Maria da Penha, receberão novas instruções para proporcionar ao publico-alvo um atendimento ainda mais qualificado.
A Comandante do CPCOM, Coronel Elza, relembra as edições anteriores desse curso e reforça a importância dessa qualificação que conta com 116 policiais militares inscritos.
“Ao lembrar do segundo curso, nós tivemos uma turma bastante participativa, questionaram coisas que eu nunca imaginei que o curso ia questionar. Esse momento é de aprendizado, então a gente pede que os participantes aproveitem os instrutores, porque nós sabemos que a violência doméstica é um problema cultural muito antigo. Antigamente o poder era só dos homens, desde as nossas origens. E hoje nós sabemos que é preciso atenção redobrada sobre esse assunto, porque infelizmente os números revelam a importância de estarmos fazendo mais este curso”, ressalta Coronel Elza.
Vários contextos impedem que a mulher vítima de violência doméstica e familiar, formalize uma denúncia, e esse é um dos assuntos que serão abordados durante os 3 dias de capacitação, é o que explica a Comandante da Patrulha Maria da Penha da PMPI, Major Leoneide.
“Quando nós, enquanto doutrina de Patrulha Maria da Penha, que é a prevenção ao feminicídio, nós vamos atuar na fase mais crítica em que essa mulher passa em relação a essa violência, que é o momento da denúncia. Porque o que muitas vezes acontece é que a vítima não denuncia por vários outros fatores, como por exemplo a vergonha, dependência financeira e a dependência emocional também. E aí o que nós percebemos ao longo de nove anos em que atuamos é que essas mulheres infelizmente não denunciam porque elas ainda não sentem aquela total segurança nos serviços que são prestados de uma forma em geral”, explica Major Leoneide.
Ainda de acordo com a Comandante da Patrulha, a capacitação fortalece a Polícia Militar do Piauí e deixa a Patrulha Maria da Penha ainda mais comprometida em prestar o melhor suporte para as vítimas de violência doméstica e familiar no estado.
“Posso dizer que esse ambiente de auditório hoje se transforma em sala de aula, trazemos esses conhecimentos, esses conteúdos para justamente prepará-los melhor para o atendimento das ocorrências. E nisso, colocar, elevar, fortalecer o nome da nossa instituição, Polícia Militar, que tem um papel fundamental nesse contexto. Então hoje a Patrulha Maria da Penha, aliás, a Polícia Militar do Piauí, vem ratificar e se comprometer cada vez mais com essa pauta de atendimento”, completa Major Leoneide.