A Advocacia-Geral da União (AGU) exonerou o procurador federal Adler Anaximandro de Cruz e Alves de uma função comissionada após descobrir sua participação na reunião ministerial de Jair Bolsonaro (PL) em julho de 2022, quando o ex-presidente uniu aliados para desenvolver uma trama golpista. Neste encontro, discutiu-se a possibilidade de um golpe de Estado, conforme apontado pela Polícia Federal.
Adler Alves, então secretário-geral de Consultoria da AGU, ocupava um cargo estratégico na Diretoria de Gestão e Cálculo da Procuradoria-Geral Federal e estava presente na mesa principal da reunião, ao lado de Bruno Bianco, que chefiava a AGU na época.
A AGU anunciou também a abertura de uma investigação preliminar para avaliar possíveis transgressões disciplinares de Adler, descrevendo o encontro como uma “reunião em que foram mantidas discussões de teor golpista”. Esta investigação inicial terá duração de 30 dias, podendo ser prorrogada, visando reunir elementos para um possível procedimento disciplinar.
Outro lado
Adler Alves informou que sua participação no encontro em julho de 2022 se deu em razão de convocação formal e oficial recebida por ele no “sistema corporativo do correio eletrônico” da AGU, o designando para acompanhar Bianco. E foi motivada por um cargo anterior que havia ocupado, de chefe da Assessoria Especial da Presidência. O objetivo, segundo ele, era fazer a apresentação de uma cartilha da AGU para as eleições, o que acabou não ocorrendo porque a pauta do encontro foi “diversa e alongado para além do previsto”.
“Em relação às falas de algumas autoridades na reunião, esclareço que estas em nada alteraram a forma constitucional e republicana com que a gestão anterior da AGU sempre atuou. É de se destacar que apenas três dias após o resultado final das eleições de 2022, a Advocacia-Geral da União foi o primeiro órgão público federal a formalizar uma equipe de transição governamental, inclusive coordenada por mim mesmo, tendo ocorrido sem qualquer sobressalto dentro da instituição. Além disso, registro que durante toda a gestão anterior, a AGU sempre primou pelo respeito aos Poderes constituídos e às instituições democráticas brasileiras, não havendo qualquer manifestação da AGU, escrita ou falada, em sentido oposto ao aqui afirmado”, afirmou Adler em nota.
Com informações do Correio Braziliense