Nesta terça-feira (30/1), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as alegações do ex-presidente Jair Bolsonaro de que a operação de busca e apreensão da PF deflagrada ontem em endereços do seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-SP), constituiria uma perseguição política.
O petista afirmou que Bolsonaro fez “uma grande asneira” e que o governo não tem autoridade na PF ou na Justiça. Além disso, o presidente enfatizou que o anterior tentou interferir na corporação para seu próprio benefício. Sobre an investigação, Lula enfatizou que os investigados devem ter presunção de inocência e que a PF não pode fazer “pirotecnia” com suas operações.
“Ele falou uma grande asneira. O governo brasileiro não manda na Polícia Federal. Muito menos o governo brasileiro manda na Justiça”, declarou o chefe do Executivo em entrevista à CBN Recife. “A Polícia Federal foi cumprir um mandado da Justiça. Eu não vejo nenhum problema anormal se é uma decisão judicial”, acrescentou.
Na segunda-feira (29), Carlos Bolsonaro foi alvo de operações da PF no âmbito de uma investigação sobre uma possível estrutura paralela dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo anterior, com o objetivo de monitorar adversários da gestão atual. Jair Bolsonaro afirmou em entrevistas que não há uma “Abin paralela” e acusou o governo atual e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de perseguição.
Além disso, Lula afirmou hoje que os investigados devem ter o direito à presunção de inocência, enfatizando que ele foi privado desse direito quando foi preso e investigado anteriormente. O presidente afirmou que a PF não pode exibir “show pirotécnico” sobre suas operações ou revelar os nomes dos investigados sem a presença de provas concretas.
“O cidadão que está acusando foi presidente da República, ele lidou com a Polícia Federal. Ele tentou mandar na Polícia Federal. Ele trocava superintendentes ao bel prazer, sem nenhum respeito ao que pensava o próprio diretor-geral da PF, ao que pensava o ministro da Justiça. Eu não, eu acho que as coisas têm que funcionar de acordo com os interesses da instituição”, finalizou Lula.