O secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, Henrique Fontana, fez, na última quinta-feira (13), em entrevista ao Jornal PT Brasil, um balanço dos seis primeiros meses do governo Lula e apontou quais são os próximos passos necessários para a reconstrução do Brasil.
Segundo Fontana, o início deste terceiro mandado do presidente Lula merece uma avaliação muito positiva, especialmente quando se lembra de qual foi o ponto de partida. “Nós pegamos um país, literalmente, destroçado. Destroçado economicamente, do ponto de vista de suas relações humanas e de sua institucionalidade”, lembrou.
Ele observou que o “fanatismo liberal” de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes mergulhou o país em uma crise social, no desemprego, na queda de renda dos trabalhadores, na fome. Mas, hoje, passados seis meses da posse de Lula, o Brasil volta a se estabilizar.
Essa estabilidade ocorre porque as instituições voltaram a ser respeitadas, a racionalidade voltou a dominar as decisões do governo, o diálogo entre os diferentes atores democráticos foi retomado e o Brasil voltou a ser respeitado internacionalmente.
“Isso começa a dar resultados: inflação controlada, queda do preço dos alimentos, o emprego começa a crescer, todas as previsões de melhora dos analistas econômicos vêm sendo superadas”, elencou o secretário-geral.
O povo merece mais
Fontana destacou que o combate à fome e à desigualdade e a melhoria das condições de vida da população continuam o centro do programa petista. Daí a importância da volta de programas sociais como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Mais Médicos e o Farmácia Popular, assim como da política de valorização do salário mínimo.
Contudo, frisou o secretário-geral, o PT não tem uma visão ufanista e descolada da realidade. O partido sabe que há muito mais a ser feito, como ficou claro na Resolução que o Diretório Nacional publicou na segunda-feira (10) (leia aqui). “O povo brasileiro merece muito mais do que conseguimos consolidar até agora”, afirmou.
Para isso, o Brasil precisa avançar no seu desenvolvimento, o que torna importantíssimo o programa de reindustrialização que está sendo elaborado pelo governo.
“Uma reindustrialização que alguns estão chamando de neoindustrialização, porque é uma retomada da indústria brasileira, mas com foco na indústria sustentável, nos novos meios de energia sustentável e em outros tipos de iniciativa que visam a gente ter mais empregos qualificados e de melhores salários”, explicou.
Militância e 2024
Henrique Fontana destacou ainda a importância de os simpatizantes e filiados do PT se inserirem na disputa política sobre os rumos do país. Muitas vezes, argumentou, parte da população não tem uma boa compreensão das variáveis e do jogo de interesses que movem a política.
“Hoje, existem mecanismos muito sofisticados de manipulação, que passam pelo uso e abuso das redes sociais para construir narrativas falsas. Isso, infelizmente, capturou uma parte da população brasileira, que não é toda de extrema direita”, analisou.
Um diálogo paciente, não agressivo e com a real intenção de transmitir a verdade é a melhor estratégia para mostrar a essa parcela dos brasileiros que ela foi capturada por uma mentira.
“Precisamos da nossa base social atuando nas redes sociais, nas associações de moradores, nos sindicatos, nas igrejas, levando o nosso recado, conversando no nível de compreensão das pessoas. Nós temos sempre que ter a paciência de recolocar ali o argumento real sobre aquele problema que está ocorrendo”, pediu.
Sobre as eleições de 2024, Fontana disse que elas podem servir para fortalecer a aliança da esquerda e da centro-esquerda no país. O secretário-geral, disse que o PT espera aumentar seu número de vereadores e prefeitos, mas está empenhado também na eleição de todos os candidatos progressistas.
“Não estamos preocupados só com o crescimento do PT, mas também com o dos nossos aliados e com a eleição de mais prefeitos e vereadores que apoiem o projeto que é liderado pelo presidente Lula”, antecipou.
Redação