Há cerca de um ano, seguidores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atacaram e destruíram as sedes dos Três Poderes. Muitas pessoas lembram o 8 de janeiro como uma tentativa de golpe de Estado. O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que, apesar da intenção de quebrar as instituições do país, “não havia liderança” responsável por esses atos antidemocráticos. Em entrevista publicada nesta sexta-feira (5/1), Múcio afirmou: “Podia ser até que algumas pessoas da instituição quisessem, mas as Forças Armadas não queriam um golpe. É a história de um jogador indisciplinado em uma equipe de futebol: ele sai, a equipe continua”.
O ministro da Defesa também afirmou que as investigações são essenciais para acabar com a “névoa de suspeição” que envolve as Forças Armadas e afirmou que é essencial que os indivíduos envolvidos nos atos golpistas sejam identificados e punidos. No final, parecia que havia vontades, mas porque não havia liderança, elas não se materializaram. Embora você possa dizer: “No governo anterior havia pessoas que desejavam o golpe”, nenhum líder afirmou: “Nós queremos, eu sou o chefe, vamos”. Múcio afirma que não há revolução sem um líder.
No dia 8 de janeiro, Múcio soube dos atos golpistas na Praça dos Três Poderes enquanto almoçava em um restaurante com sua esposa. Ele afirmou que, assim que ficou ciente das ações, se dirigiu primeiro ao Ministério da Defesa e depois ao Ministério da Justiça. Já estava tudo confuso. Ficamos próximos das pessoas. Não havia ninguém para negociar com eles. Estavam presentes senhoras, crianças, rapazes e moças. Um arrastão em direção à Praça dos Três Poderes. O ministro cita: “Foi um movimento de vândalos, financiado por empresários irresponsáveis.”
Além disso, Múcio disse que não se arrependeu de ter defendido uma retirada pacífica dos manifestantes que acamparam na porta do Quartel General do Exército em Brasília após os resultados do segundo turno das eleições de 2022. Se tivéssemos sido mais rigorosos, não teríamos causado caos nas Forças Armadas? Seguimos as regras legais. Seria capaz de fazer tudo de novo do jeito que fiz antes. Múcio concorda: “Por ter sido feito daquela forma, hoje vivemos nesse ambiente tranquilo nas Forças.”
Múcio respondeu que pacificar o país era o objetivo principal, em relação às críticas que recebeu por parecer complacente com os militares. Muitos criticam e outros elogiam. Cada coisa tem seu tempo. Por que vamos mudar se estamos tentando nos aproximar? Para que as pessoas não sintam que estão sendo punidas, precisamos reconstruir o clima de confiança. O ministro da Defesa afirmou: “Precisamos primeiro criar este clima e depois fazer o que algumas pessoas desejam.”