O governo brasileiro deve reforçar hoje, durante reunião de cúpula na cidade do Cairo, no Egito, a urgência humanitária na guerra entre Israel e o Hamas. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, desembarcou ontem na capital egípcia e deve reforçar a mesma posição adotada pelo país na proposta de resolução do Conselho de Segurança da ONU, que acabou vetada pelos Estados Unidos.
A mensagem do Brasil deve reforçar o imperativo humanitário da diplomacia brasileira na sua atuação internacional. A expectativa dos países árabes é ampliar a pressão em Israel e no seu aliado incondicional, os Estados Unidos, para diminuir a escalada da violência na Faixa de Gaza, epicentro do conflito.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta sexta-feira (20/10), em sua primeira aparição pública depois da cirurgia que se submeteu mês passado, que o grupo Hamas cometeu terrorismo mas que Israel reagiu de “forma insana ao matar crianças na Faixa de Gaza”. Mesmo com Lula subindo o tom, a postura da diplomacia brasileira não deve mudar em relação ao que defendeu na ONU.
Macron
Em conversa por telefone, nesta sexta-feira (20/10), com o presidente francês, Emmanuel Macron, Lula reforçou a necessidade de proteger os civis e reduzir o impacto do conflito, especialmente nas crianças. Lula e Macron também apontaram a necessidade de pressionar o Hamas a libertar todos os reféns. O petista também agradeceu ao francês pelo voto do país em favor da aprovação da resolução brasileira no Conselho de Segurança na última terça-feira.
Os dois líderes concordaram em empenhar esforços para a criação de um corredor humanitário para a saída dos estrangeiros de Gaza e a entrada de água potável, alimentos e remédios, na forma como defendia a resolução vetada pelos americanos.
O texto apresentado pelo Brasil no Conselho de Segurança recebeu apoio de 12 dos 15 membros, duas abstenções, da Rússia e do Reino Unido, mas acabou com o veto dos Estados Unidos.
Fonte: Correio Brasiliense