Dados apontam estabilidade no volume da produção em 43,3%.
Em 2020, o setor industrial foi um dos principais segmentos afetados pelas mudanças econômicas e intervenções em sua produção. Com a pandemia do Covid-19, grande parte do setor se viu impossibilitado de executar suas atividades trabalhistas devido a medidas impostas para evitar a disseminação da doença. Contudo, no Piauí os indicadores de avanço na indústria já demonstram recuperação, alcançando estabilidade no volume da produção no segmento, com 43,3% em agosto deste ano.
A Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEPI), divulgou um relatório quadrimestral da Sondagem Industrial. Dados da pesquisa realizada em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontam que o volume da produção das indústrias no mês de agosto de 2020 em comparação com o mês de julho está na estabilidade de 43,3%, índice semelhante a agosto de 2019, que foi de 43,9%. O economista e consultor do Centro das Indústrias do Estado do Piauí (CIEPI) Márcio Braz faz algumas recomendações para que as empresas possam manter seus negócios em alta e em desenvolvimento.
“O melhor a fazer no momento atual é procurar preservar o espaço econômico que já ocupa, de forma a sair da crise pelo menos do mesmo tamanho que entrou. Para tanto, é necessário que se adote, o mais rápido possível, novas práticas e processos que se mostraram eficientes sob o ponto de vista de acesso ao cliente, da redução de custos e da criação de um ambiente de trabalho que preserve, acima de tudo, a saúde de todos. Assegurado esse objetivo inicial, as empresas devem olhar atentamente para o mercado, identificando as possibilidades de expansão das atividades já praticadas e as alternativas de ocupação de novos espaços, com a diversificação das linhas de produção já instaladas”, sugere.
A pesquisa mostrou que a média do volume de produção das empresas no quadrimestre foi de 37,2%, já mostrando um avanço em relação ao quadrimestre anterior (janeiro a abril) que foi de apenas 26,45%, embora ainda apresentando níveis bem inferiores ao último quadrimestre de 2019, que foi de 51,32%. A Sondagem Industrial apontou que o nível de utilização da capacidade instalada (UCI) em relação ao usual teve uma média no quadrimestre de 33,37%, ainda inferior à estabilidade de janeiro de 2020 (50%), mas um pouco superior ao quadrimestre anterior, que foi de 30,92%.
Márcio Braz elenca alguns fatores que ainda dificultam o desenvolvimento do setor industrial no Estado.
“A inexistência de polos empresariais modernos, a infraestrutura inadequada para o escoamento da produção, a qualidade ainda insatisfatória da energia elétrica, a dificuldade de acesso ao crédito por parte dos pequenos empresários e a concentração espacial da produção são problemas que precisam ser superados a curto prazo. Precisamos definir claramente uma política de desenvolvimento econômico com instrumentos de intervenção claros e acessíveis, partindo da nossa realidade atual e tendo em vista a sociedade que queremos construir”, finaliza o economista do Centro das Indústrias.
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