Nesta quarta-feira (17), Bruno Dantas, atual presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), falou que a anulação do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) em relação a Operação Lava Jato, se caracteriza como um “trágico fim, esperado por todos”.
A informação descrita por ele, se baseia sobre a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que ocorreu nesta quarta-feira (17), que contou com a presença do advogado-geral da União, Jorge Messias.
Dantas informou que a operação na Lava Jato iniciou de modo sério e que após acontecimentos os autores “se embriagaram com a súbita notoriedade. “Eles descobrem duas coisas: podem virar popstars e políticos, e segundo, que podem ganhar muito dinheiro com isso. E as duas coisas foram muito negativas para o Brasil”, disse.
Em meio às críticas o presidente do TCU analisou que , quando intermediários da lei se caracterizam em políticos, as análises passam a se comprometer, “deixam de ser guiadas, “ontem foi cassado o mandato do deputado que foi o principal personagem dessa novela brasileira. E a grande verdade é que esse é o trágico fim, esperado por todos. Não costuma acabar bem esse tipo de história”, disse.
O presidente do TCU, recorda sobre o momento em que Deltan buscou contato ainda no ano de 2016, com o intuito de falar sobre acordo de leniência fechados em razão da força-tarefa contra empreiteiras. “Eu perguntei:’ Doutor Deltan, o senhor vem falar comigo como procurador ou advogado das empreiteiras?’ Ele vinha defender que com o acordo de leniência pelo MP, ninguém mais poderia investigar aquele tema sob qualquer outro ângulo”, explicou Dantas.
O presidente avalia que o TCU é o órgão responsável por consolidar um caminho de acordo sobre o dano ao erário.
“Quem dá a última palavra sobre o dano ao erário é o TCU. E eu disse a ele:’A minha competência eu nunca te deleguei. Ninguém poderia delegar a nossa competência ao senhor. Aqui no tribunal vamos prosseguir as apurações e se encontrarmos superfaturamentos maiores que os acordos que vocês assinaram, nós vamos imputar às empresas”, disse.
Sobre a decisão ele se mostrou incomodado e tornando alvo de vingança, depois de ter o mandato cassado.
O órgão responsável pelo caso, derrubou o registro do ex-procurador devido a Lei da Ficha Limpa, que atende nesses casos. Para os ministros, o envolvido realizou ação incorreta ao solicitar dispensa do Ministério Público Federal para bloquear brecha de processos voltados a administração disciplinares;
Se condenado nesses processos, Deltan poderia se tornar inelegível; como ele pediu demissão, os casos foram arquivados.
Caso Deltan, venha ser condenado por essas ações ele perderá o direito de concorrer à candidatura nas eleições, mas devido a solicitação dele ao solicitar demissão, os processos foram armazenados.
“344.917 mil vozes paranaenses e de milhões de brasileiros foram caladas nesta noite com uma única canetada, ao arrepio da lei e da Justiça. Meu sentimento é de indignação com a vingança sem precedentes que está em curso no Brasil contra os agentes da lei que ousaram combater a corrupção. Mas nenhum obstáculo vai me impedir de continuar a lutar pelo meu propósito de vida de servir a Deus e ao povo brasileiro” , diz a mensagem de Deltan Dallagnol.