O governo corre para preparar o pacote de medidas para o setor industrial a ser divulgado no próximo dia 25, em evento na sede da Federação das Indústrias (Fiesp), em São Paulo. Um dos anúncios mais esperados é o que vai reduzir os preços dos automóveis. A dificuldade está em chegar a uma equação para que alguns modelos sejam oferecidos entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.
A intenção inicial, de produtos na faixa de R$ 45 mil a R$ 50 mil, se mostrou inviável. A meta agora é ter pelo menos um modelo por cerca de R$ 55 mil, segundo fontes ouvidas pelo Estadão. Para isso, o governo tenta envolver também os Estados com cortes no ICMS, medida que se somaria à redução do IPI (imposto federal) e das margens de lucro de montadoras e concessionárias.
O pacote deve incluir também juros subsidiados para o financiamento e prazos mais longos para as parcelas. Está em discussão também o uso de parte do FGTS do trabalhador como uma espécie de “fundo garantidor” em caso de inadimplência. Hoje, os juros altos são citados pelas montadoras como o principal entrave para as vendas
Há ainda medidas para reduzir os preços de automóveis de até R$ 100 mil, que estão fora do segmento chamado de “popular” (ou “de entrada”). Os dois modelos mais baratos à venda hoje são o Renault Kwid e o Fiat Mobi, ambos por R$ 69 mil.
Outra medida deve favorecer diversos segmentos da indústria, além do automotivo. Os organizadores do evento aguardam a confirmação da presença do presidente Lula para fazer o anúncio. Em sua ausência, o porta-voz será o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, já confirmado para falar na abertura do evento que comemora o Dia da Indústria, às 9h.