O governador Rafael Fonteles disse, nesta terça-feira (16), que o Piauí está trabalhando para atingir a meta de ter o rebanho bovino livre da febre aftosa sem vacinação até 2025. Para isso, segundo ele, é importante que todos os pecuaristas do estado vacinem os animais contra a doença. A vacinação deste ano iniciou no dia 1º deste mês e segue até o dia 31 de maio. A campanha foi lançada oficialmente nesta terça-feira (16), na zona rural de Teresina. A meta é vacinar cerca de 1,8 milhão de bovinos e bubalinos de todas as faixas etárias.
“O Piauí já tem tradição histórica e cultural do nosso estado na pecuária, e nós já temos um bom índice de vacinação contra a febre aftosa e a brucelose. Queremos até 2025 chegar ao estágio de zona livre da febre aftosa sem vacinação. Para isso, é necessário a participação de todos os produtores, sejam pequenos, médios ou grande”, afirmou Rafael Fonteles.
Rafael Fonteles frisou que a vacinação é muito importante para a próxima fase que o Piauí viverá, que é a industrialização da carne produzida na região. “Vamos ter frigoríficos [industriais] em Ribeiro Gonçalves, Socorro do Piauí e Uruçuí, queremos ter também aqui na região de Teresina, em Campo Maior e no Médio Parnaíba”, disse o chefe do Executivo Estadual.
Na semana passada, em Ribeiro Gonçalves, no sudoeste do Piauí, o governador participou do início das obras do frigorífico agroindustrial Piauhy Indústria de Alimentos, um investimento de R$ 200 milhões que deve ficar pronto em 2025. “É a fase de agregação de valor da nossa pecuária, tanto de bovinos, mas também ovinos, caprinos, suínos, para fortalecer a geração de emprego e renda nesse setor, que é tão tradicional”, frisou o gestor.
Piauí quer vacinar mais de 95% do rebanho.
O secretário de Estado da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária, Fábio Abreu, disse que a vacinação é fundamental para que todos os estados brasileiros fiquem livre da febre aftosa sem a necessidade de vacinar o gado. Ele também falou que o Governo do Estado trabalha para ultrapassar a meta determinada pelas autoridades sanitárias do Brasil.
“O objetivo estabelecido pelo Ministério da Agricultura é atingir o percentual de 90%. Nós chegamos a 93% e queremos aumentar em 2023 esse percentual para mais de 95% e acredito que nós vamos atingir esse percentual”, disse o gestor.
O deputado estadual João Mádison Nogueira, que é criador e gado, explicou que a carne do gado piauiense vai ser mais valorizada, inclusive podendo ser exportada, quando o Piauí atingir o estágio livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação, como já são classificados os rebanhos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “Vai valorizar o preço da carne no mercado internacional. É importante não só para o rebanho bovino, mas ovinos e caprinos”, afirmou o criador.
Produtores que não vacinem rebanho podem ser multados
O prazo para imunização do rebanho encerra no dia 31 de maio e o produtor rural tem até 15 de junho para declarar a vacinação e atualizar o saldo do rebanho, por meio do Sistema Informatizado de Defesa Agropecuária (Sidapi).
A Secretaria de Estado da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada), por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (Adapi), alerta que, sem a vacinação, os produtores rurais podem ser multados e ficam impedidos de comercializar e transportar o animal, pois não conseguirão emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA). O produtor também precisa ter a comprovação da vacina para conseguir financiamento com os bancos e para realizar a compra de milho na Conab, utilizado na ração animal.
O produtor também precisa fazer a vacinação contra a brucelose, que é uma zoonose, que afeta outros mamíferos e bovinos, e pode afetar também o ser humano. Nesse momento de vacinação contra febre aftosa, o criador deve aproveitar o manejo e realizar a vacinação das bezerras de três a oito meses contra a brucelose.
A vacina contra brucelose é dose única, ou seja, uma vez vacinado, o animal está imunizado por toda a vida, e só são vacinados as fêmeas. Lembrando que a vacina deve ser aplicada por um médico veterinário cadastrado na Sada/Adapi, ou por um técnico ou, ainda, por um auxiliar sob a responsabilidade de um médico veterinário.