Através da análise dos dados sigilosos das comunicações do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, que anteriormente ocupou o cargo de ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Polícia Federal conseguiu reunir evidências do esquema de fraudes nos registros de vacinas. Embora o celular do militar tenha sido apreendido nesta quarta-feira (3), as provas foram obtidas a partir da investigação das nuvens de arquivos da Apple e do Google, que estavam vinculadas ao aparelho e continham informações relevantes sobre o caso.
Mauro Cid, que é conhecido por desempenhar diversas funções no governo anterior, pode ser um personagem chave na investigação em curso.
A Polícia Federal descobriu, por meio de diálogos encontrados no celular do tenente-coronel, que ele estava solicitando ajuda para conseguir certificados falsos de vacinação. Com base nesses indícios, os investigadores fizeram uma verificação nos sistemas do Ministério da Saúde, confirmando que ocorreu adulteração nos dados relacionados às vacinas.
No ano passado, a autorização para a quebra do sigilo de Mauro Cid foi concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com o objetivo de aprofundar as investigações que envolviam o ex-ajudante de ordens.
Conforme a investigação avançou, a Polícia Federal encontrou evidências de que o cartão de vacinação do ex-presidente Bolsonaro e de sua filha mais nova foram fraudados com o intuito de burlar as exigências das autoridades dos Estados Unidos, permitindo que eles entrassem no país no final do ano passado. Um secretário municipal de Duque de Caxias foi identificado como suspeito de ter inserido informações falsas no sistema do Ministério da Saúde para produzir certificados falsos de vacinação.