No âmbito de uma das ações mais avançadas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, o Ministério Público Eleitoral argumentou que ele deveria ser considerado inelegível por oito anos. Isso se deve às críticas que Bolsonaro fez às urnas eletrônicas, que abalaram a confiança de parte da população na legitimidade das eleições de 2022.
A ação investiga se houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação na disputa presidencial do ano passado. Bolsonaro é alvo de outros 15 processos no TSE que também podem levá-lo a ficar inelegível.
O PL encontra-se dividido em relação ao futuro político de Jair Bolsonaro, que é o presidente de honra do partido. A causa dessa divisão é essa possibilidade de ele se tornar inelegível. Alguns membros do partido consideram improvável que Bolsonaro perca seus direitos políticos, argumentando que uma decisão nesse sentido seria politicamente impopular junto à sociedade. Por outro lado, há outros integrantes do PL que acreditam que a condenação de Bolsonaro para retirar seus direitos políticos é uma possibilidade real.
Na cúpula do PL, a possibilidade de inelegibilidade de Bolsonaro é objeto de discussão. Apesar da Procuradoria-Geral Eleitoral ter defendido, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a inelegibilidade do ex-presidente por oito anos, pessoas próximas ao presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, afirmam que o assunto perdeu força. No entanto, as lideranças e dirigentes do partido estão divididos em relação ao futuro de Bolsonaro.
Antes de considerar a possibilidade de apresentar um nome alternativo a Bolsonaro para liderar a direita, o PL está empenhado em recorrer ao STF para anular qualquer decisão do TSE ou mesmo uma eventual decisão tomada por um único ministro da Suprema Corte. Internamente, o partido considera que, como Bolsonaro é o presidente de honra e um cabo eleitoral importante, não deve abandoná-lo e deve explorar todas as opções jurídicas e estratégias possíveis.