Aos 35 anos, a Conselheira Federal Isabella Paranaguá é uma das pós-doutoras em Direito mais jovens do país. O feito de ser uma das advogadas mais jovens a conquistar o pós-doutorado veio em 2019 quando concluiu sua titulação acadêmica em Direito pela Universidade de Birmingham (UK). Sempre atuante em defesa da Democracia, no fortalecimento da OAB e nas causas feministas, Isabella Paranaguá avalia o seu papel de liderança dentro do Sistema OAB, a construção da sua carreira e a recente aprovação da alteração do Estatuto da Advocacia da OAB sobre o assédio.
O Conselho Pleno da OAB aprovou, na Sessão do dia 13 de março a proposta de alteração do Estatuto da Advocacia da OAB (Lei n. 8.906/1994), apresentada pela Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA), presidida pela Conselheira Federal Cristiane Damasceno, da OAB-DF. A sugestão de Projeto de Lei, que será enviada ao Congresso Nacional, inclui no rol de infrações éticas descrito no artigo 34 da Lei, o assédio moral, o assédio sexual e a discriminação contra a mulher, com pena prevista de suspensão.
“Tal proposta foi amplamente debatida durante a Sessão, na qual pude participar ativamente da construção do texto. Fico extremamente feliz de participar ativamente da construção do direito das mulheres advogadas, como uma das suas representantes no Conselho Federal da OAB”, afirmou Isabella Paranaguá.
HISTÓRIA
Tendo sua mãe, a advogada Claudia Paranaguá, como referência na advocacia e na vida, Isabella abraçou o Direito como um propósito. Sempre dedicada aos estudos e com um fascínio pela busca do conhecimento através de diversas literaturas, em 2005 Isabella Paranaguá concluiu a graduação em Direito pelo Instituto Camillo Filho e logo em seguida conquistou a aprovação no Exame da Ordem.
“Fui criada em um ambiente com muito estímulo aos estudos. Além disso, sempre gostei de desafios e superações. Sou fascinada pela busca do conhecimento, por isso, a trajetória nos programas de mestrado, doutorado e pós-doutorado foi algo pensado e organizado”, contou a advogada.
Pós-graduada em Direito Processual e em Direito da Família e Sucessões, Isabella Paranaguá torna-se Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), após ser aprovada em segundo lugar garantido bolsa na CAPES, e lança seu primeiro livro “Os impactos da corrupção na credibilidade das instituições políticas brasileiras: Congresso Nacional e Partidos Políticos”. Em 2016, a advogada torna-se Doutora em Direito pela PUC, aos 27 anos, a mais jovem a conquistar essa qualificação no Piauí sendo bolsista e a única nordestina da turma.
“Hoje em dia procuro mostrar tanto o meu exemplo quanto o de outras mulheres que fazem a diferença positiva nos espaços de poder. Precisamos nos enaltecer, ter coragem de dizer para o que viemos e onde pretendemos chegar. Analiso meu incentivo desde um atendimento humanizado em Direito de Família, ajudando muitas mulheres que ainda são vítimas do patriarcado; nas salas de aula, capacitando mulheres e homens, trazendo questões de gênero para os debates; na OAB, tanto tecnicamente quanto nas viagens institucionais, buscando trazer mais mulheres advogadas para contribuírem com o sistema, que já é majoritariamente feminino. E não só em espaços profissionais, mas sempre quando sinto que posso conscientizar alguém para a busca por humanidade igual”, pontuou Isabella Paranaguá.
LIDERANÇA
Além da qualificação acadêmica, a advogada dedicou-se a outros projetos como a presidência do Instituto Brasileiro de Direito de Família, Seção Piauí (IBDFAM-PI), entre 2013 e 2017, à docência lecionando na Uninove, ICev, Escola Superior de Advocacia do Piauí (ESA-PI) e da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), à realização de palestras, à publicação de artigos e a autoria de obras jurídicas como a Cartilha da Família e a Cartilha das Sucessões, ambas com Selo OAB.
Isabella Paranaguá presidiu a Comissão de Direito das Famílias e Sucessões da OAB Piauí entre 2016 e 2019. Foi secretária e em seguida vice-presidente da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB). Atualmente, a Conselheira Federal também é presidente da Comissão Nacional de Direito das Sucessões.
“Vejo como uma construção coletiva. É uma representatividade feminina importante sobre muitos aspectos, mas em resumo, busco trabalhar nesse papel mostrando a força e inteligência que temos para as tomadas de decisão que valorizem nossa classe e respeitem a diversidade. Se eu posso dizer algumas palavras para as novas gerações, opto pelas que sempre replico, as que aprendi na escola com o mestre e professor Marcílio Rangel: procure ser o melhor, não melhor que os outros, apenas o melhor de si”, finalizou a Conselheira Federal.