Apesar dos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de vários ministros e políticos, o Banco Central manteve-se inabalável na condução da política monetária e não deu sinais de quando pretende começar a reduzir os juros. Em termos reais, descontada a inflação, a taxa praticada no Brasil permanece no topo dos rankings globais.
O Comitê de Política Monetária (Copom), na segunda reunião do ano, ontem, decidiu manter a taxa básica da economia (Selic), em 13,75% ao ano para os próximos 45 dias, pela 5ª vez consecutiva. A decisão, que era esperada pelo consenso do mercado financeiro, foi unânime.
Além de não sinalizar quando deverá reduzir a Selic, o Banco Central deu uma resposta dura às críticas do governo. No comunicado, a autoridade monetária deixou a porta aberta para uma eventual alta da Selic se as pressões inflacionárias ganharem corpo. “O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, destacou o texto da nota do Copom.
O colegiado do BC reconheceu que o ambiente externo se deteriorou na comparação com a reunião anterior, ocorrida em fevereiro, e não deixou de destacar as incertezas na questão fiscal, devido à indefinição do novo arcabouço fiscal e seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública. No texto ainda reforçou que “segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”.
*Com informações do Correio Braziliense