O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) defendeu nesta terça (10) o fim do foro privilegiado, criticou o retrocesso do país no combate à corrupção e classificou o Brasil como uma “República de privilégios”. Ele participou da abertura da 4ª edição do Congresso Internacional de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo e Proliferação de Armas de Destruição em Massa (PLD-FTP).
“É uma vergonha institucional que essa pauta (combate à corrupção) tenha sido abandonada”, disse o ex-juiz.
O ex-ministro da Justiça defende a construção de uma robusta agenda de reformas institucionais para enfrentamento dos crimes de lavagem de dinheiro e seus antecedentes. Entre as reformas sugeridas por Moro estão o fim do foro privilegiado e a volta da execução em segunda instância. “Precisamos acabar com o foro privilegiado. Nós ainda somos uma República de privilégios, sejam privilégios tributários, benefícios econômicos específicos. E temos o principal exemplo jurídico dele que é o foro privilegiado”, pontuou.
Sobre a volta da execução em segunda instância, o ex-juiz afirmou que o sistema de Justiça brasileiro é, na prática, manipulável. Para ele, o acusado que tem recursos para arcar com um bom advogado pode levar seu processo a diversas instâncias para evitar a execução da pena.