A abertura da janela partidária é sinônimo de uma série de mudanças nas cadeiras do Legislativo brasileiro. Deputados federais e estaduais trocam de partidos num movimento para tentar garantir o melhor cenário visando à reeleição.
Uma legenda em especial deve receber cerca de 30 novos integrantes nessa janela, que termina em 1º de abril: o PL, ao qual o presidente Jair Bolsonaro se filiou em novembro passado.
“O presidente Bolsonaro trouxe muitos dos seus aliados. Vários estão se filiando aos partidos que compõem a sua aliança: o PP, o Republicanos e o nosso PL. Essas siglas caminham juntas, e, em nível estadual, também haverá essa movimentação”, afirmou o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ).
O parlamentar acredita que o partido tem chances de ser a maior bancada na Casa. Hoje, soma 46 deputados. “A maioria dos deputados deve se filiar a partir da próxima segunda-feira. Só no Rio de Janeiro, temos Helio Lopes, Sóstenes Cavalcante, Luiz Lima, Carlos Jordy, Chris Tonietto, Major Fabiana, Márcio Labre, todos do União Brasil”, listou Côrtes.
O União Brasil — fusão do DEM com o PSL — tem a maior bancada atualmente, com 83 integrantes. Deve, porém, perder nomes. Alguns já partiram. Caso do deputado Carlos Henrique Gaguim, eleito pelo então DEM e que agora está no Republicanos. “Para mim, era mais vantajoso. A Professora Dorinha (União Brasil) vai ser candidata ao Senado, e eu concorro novamente à Câmara pelo Tocantins”, afirmou.
O deputado Alan Rick (União Brasil-AC) optou por seguir na legenda. “Migrar agora não passa na minha cabeça. A não ser que algo muito diferente aconteça”, comentou. Ele admitiu: colegas estudam possíveis cenários. “É a sobrevivência política. Cálculo é o que os deputados mais fazem para ver qual é o cenário mais promissor para eles. Há muitos deputados que estão vendo se vale a pena trocar de partido, ir para o Senado”, observou.